13.10.10

Bacha Bereesh, muxes e etc...

Na semana passada li e vi sobre dois assuntos que me chamaram a atenção. O primeiro já fiz até um post aqui no blog anteriormente, que foi sobre os Bacha Bereesh. O tema que comentei aqui ano passado virou um documentário da PBS chamado “The dancing boys of Afghanistan”.




Para quem não conhece Bacha Bereesh são meninos, geralmente entre 11 e 18 anos, que participam de festas para milionários afegãos. Eles se vestem de mulher e dançam para os convidados e no final são disputados para ir pra cama com eles. O nome das festas é Bacha Bazi que traduzindo seria “brincar com meninos”, no you tube é possível ver vídeos de algumas apresentações (como esse aqui). A reportagem que li comentava que num pas onde mulheres são proibidas de dançar publicamente ter um Bacha Bereesh é sinal de status e poder. Para os meninos uma maneira de ganhar a vida e se livrar da miséria.

Porém tem uma coisa que eu acho engraçada nessa historia toda... A prática do Bacha Bazi é proibida no país. Uma autoridade islâmica que deu entrevista a BBC comenta que a situação tem se tornado alarmante por que o judiciário não funciona bem no país. Por tanto, proibido, por proibido, por que os milionários não colocam mulheres pra dançar????? Por que meninos????


Se trata de uma prática antiga, em períodos pré-talibã, era comum, foi o regime que abafou, mas agora tem voltado com toda força. Mesmo num país de tradição islâmica essa variação da relação homossexual é mais que permitida pela cultura, é fomentada.


Adendo

____________________________________________________________________

É valido ressaltar que neste post estou fazendo um recorte a cerca da relação entre a cultura afegã e a homossexualidade não passando dessa forma pelo fato de serem adolescentes os envolvidos e pelas questões de classe.

____________________________________________________________________


Aproveitando esse gancho entre homossexualidade e religião, vamos ao outro assunto que me chamou atenção.. Assistindo o programa “Tabú – América Latina” da National Geographic sobre mutação sexual vi sobre os muxes. O nome de origem sapoteca é usado para se referir a homens que sentem atração por viver como mulheres.




Na pequena cidade Júchitan, no estado de Wahaca no catolicíssimo México, vivem as muxes. Uma das que fala no vídeo descreve como alguém que nasceu biologicamente homem, mas genericamente vive e sente como mulher e que as pessoas de fora poderiam defini-la como uma transexual, mas a identidade muxe tem ligação com uma tradição cultural ligada aos seus ancestrais.


É... De fato da pra entender como transexual mesmo, se olharmos a OMS e os motivos pelo qual países como Brasil fazem cirurgia de troca de sexo pela rede pública vamos encontrar a exata explicação acima... Retirando apenas a parada ancestral da historia.


Mas voltando a Júchitan, a igreja católica de lá, regida pelo sacerdote Francisco Herrera, é lotada de muxes. O padre encara a homossexualidade como algo tão antigo como o homem, ele os compreende como irmãos que tem uma característica ou virtude diferente, mas que devem se respeitado. Não podendo afirmar então que vão pro inferno, já que nasceram assim e Deus é amor e misericórdia, os cristão devem aceita-los como são.


Em Júchitan os muxes são aceitos e respeitados, quando aparece um em uma família, isso é comemorado, entendem como alguém que vai poder cuidar dos pais em suas velhices. Em todo o mês de novembro a cidade para há 34 anos, pra fazer uma festa homenageando as muxes culminando com a coroação de uma rainha muxe.

Bacha Bereesh e muxes, são manifestações da homossexualidade tendo como principal diferencial a maneira encarada pela cultura que fazem parte. Achei interessante as matérias, por que sempre que na faculdade algum professor queria mostrar que os problemas que podem vir de forma colateral a homossexualidade decorrem da cultura heterossexista que vivemos, usavam como referencia a Grécia antiga onde isso era vivenciado com naturalidade, quando na verdade temos hoje em 2010 exemplo de lugares onde a situação acontece de uma outra forma.

Você conhece algum outro exemplo??? Em caso positivo comenta ai em baixo e vamos enriquecendo ainda mais nossa retórica sobre o assunto.



Ps. Eu sei que a situação lá dos meninos afegãos é seria, é triste, é complicada.. Mas aqui.. Vocs viram o vídeo que eu linkei??? Não.. Pois eu vi... E vamos combinar??? Uma dancinha muito da feia, uns milionários com uma cara de pobre... Que isso, minha gente???? Já que é pra fazer a merda vamos investir.. Puta que pariu.. Sei lá.. Jogas uns almofadões ali, bota um pole dancer pra esse garoto descer... Fala serio!!!!

#prontofalei

3 comentários:

  1. Não se menospreze, claro que a gente viu o vídeo que vc linkou! :-) Talvez a questão passe por humilhar mesmo os coitadinhos (não assisti o PBS ou não lembro), por isso não investem na "produção". Mas é interessante sim - vi um baita livrão na Cultura no domingo sobre toda a cultura gay, desde a ancestral, e não lembro de ter folheado nada sobre isso. Já a gregaiada dava páginas e páginas...

    ResponderExcluir
  2. Em tempo: esse é o endereço satânico que vive aparecendo e me incomodando, certamente tem algo a ver com seu blog. huuhuhuhuhu http://www.widgeo.net/ads/index.php?country=BR&ad=0

    Eu falei uma vez com vc no Skype, mas eu estava com sono, sobre uns povos do sudeste Ásia que escolhiam o filho mais velhos para criá-los como mulheres. Também é uma prática contemporânea, os heterossexuais da comunidade desenvolve com esses homens travestidos relações sexuais para perderem a "virgindade", as famílias também aceitam muito bem pelo fato deles serem mais fortes que mulheres para os afazeres domésticos e acompanhar os pais até a velhice. Também foi no NatGeo que eu assisti, mas não lembro o nome desses transgeneros(?) na comunidade deles.

    ResponderExcluir
  3. eu vi o video e lendo o post eu estava super serio ate ler o pole dancer haahaha morri aki.
    tb concordo, para milionarios eles estao mto mixas, ainda no afeganistao que esta em guerra desde 2001 e invadido pelos USA, infelizmente é exploração de menores o que fazem por la, lamentavel, pegando garotos de familias ultra pobres pra secso.
    o tabu america latina eu tb assisti esses dias, achei curiosa a forma que eles encaram a homossexualidade, super tranquilos nem parecia que eram do msm planeta que o nosso.
    bjs

    ResponderExcluir